De vez em quando, eu leio um livro.
Mais de vez em quando ainda, eu resolvo resenhar um livro. Isso ocorre, mais especificamente, quando eu amo muito ou odeio demais uma leitura realizada em data próxima.
Dessa vez não é diferente. Quem lê o blog já deve estar enjoado de mim falando sobre o Carlos Ruiz Zafón, sobre como suas obras são fantásticas (ultimamente, fantástico é meu adjetivo preferido, dado o fato de que comecei a acompanhar Doctor Who e aquela loucura toda é mais que demais). Talvez você esteja pensando "opa, então ela vai falar mal do Zafón, finalmente!". Errado.
Sei que todo mundo já resenhou esse livro. Ouvi falar muito dele na época em que foi lançado pela Suma e foi ele que tornou o autor tão conhecido no país (ao meu ver, sendo que, aparentemente, ele é tão conhecido por A Sombra do Vento; entretanto, se menciono Marina, todos sabem de quem estou falando, o que não ocorre com o Sombra). Entretanto, só depois de ler é que pude perceber que tudo nessa vida tem um fundamento: Zafón é um gênio e não sei como passei minha vida sem ler isso antes.
Mais uma vez, um livro dele me fez rir, chorar (demais, como nunca antes com uma obra de ficção), ter pesadelos... Enfim, é um livro de emoções fortes, de impacto. Com ele, quase acreditei que a loucura cria monstros reais.
Apesar de Marina ser um livro juvenil, acredito que se eu tivesse lido ele com 15, 16 anos estaria com alguns problemas psicológicos graves depois da leitura. A temática da morte, da doença, da miséria humana, dos rastros de uma guerra que se faz tão necessária para a política internacional, mas que deixa marcas profundas na vida dos seres humanos... É tudo tão impactante que, se já não tivesse crescido um pouco, minha redoma de cristal haveria se partido em bilhões de pedaços.
Quanto ao enredo, Zafón mistura estilos, faz poesia em sua história. O que parece um mistério, se transforma em ficção, depois vira drama, romance, terror, e tudo se mistura novamente e se mescla com a realidade. É impressionante como sinto vontade de continuar o livro até terminar, e, quando termina, sinto uma tristeza (por terminar) e uma grande alegria (por ter lido tão magnífica obra).
Não compete à mim contar a história. Zafón faz isso dezenas de milhares de vezes melhor que eu! Então, a sugestão: leia esse livro. Ele não é muito grande. Imagino o que seria de muitos jovens (calma, não sou tão velha... pessoas com 3-4 anos menos que eu) se conhecessem livros como esse, se soubessem o mundo que as páginas fechadas por capas falhadas esconde.... Sim, a capa de Marina é falhada. A edição não foi muito feliz e a menina segura uma mão. Paciência!
No momento, tenho mais um livro dele para ler. O Príncipe da Névoa. Depois, aceito presentes e doações dos outros dois haha
Espero que a vida ainda seja repleta de livros tão bons quanto esse. Que Zafón publique mais uns mil livros. Que um dia eu possa conhecê-lo e conseguir sua assinatura em um livro... Mas, principalmente, que mais pessoas tenham chance de viajar para a Barcelona perdida no tempo que ele narra e conhecer Óscar, Marina, Beatriz, Julián Carax, Clara Barceló, Daniel Sempere e muitos outros seres adoráveis desse mundo, sem esquecer, é claro, do melhor de todos: Fermín!